Waist Training

Que o corpo tipo ampulheta é considerado o padrão ideal, tanto por mulheres quanto pelos homens, todo mundo sabe. Nem todo foi abençoado com esse tipo físico, mas tem sempre alguns truquezinhos para atingir o efeito violão que toda mulher sonha. Além das regras básicas do vestuário para garantir a silhueta desejada, agora surge uma nova arma na busca pela cinturinha de pilão. Já ouviram falar em Waist Training?

Sim, o que você está vendo é um espartilho, lá fora chamado de waist cincher, waist trainer ou waist shaper. Já faz mais ou menos um ano que inúmeras personalidades começaram a usar e divulgar loucamente a prática do waist training. O Instagram e outras redes sociais estão inundados com indicações de fabricantes da peça milagrosa e todas as adeptas se dizem obcecadas com o resultado obtido.

A princípio, não é nada diferente dos espartilhos que encontramos à venda em lojas especializadas em lingerie. Mas afinal o que é o waist training? É tão simples quanto a tradução literal: treinamento de cintura. A proposta é uma modificação gradativa da área da cintura através do uso contínuo dos waist shapers. Você compra um espartilho de acordo com seu tipo de corpo e sua medidas atuais, começa usando a peça apenas por algumas horas por dia e vai, de pouquinho, aumentando o número de horas até conseguir usá-la o dia todo. Conforme os resultados vão aparecendo, você evolui para um espartilho menor.

Depois de muitos anos apenas com a função de ajudar a reduzir a barriga da gravidez ou auxiliar na recuperação de cirurgias plásticas, o espartilho voltou às origens e agora é usado para realmente conseguir uma cintura mais fina. Quem não quer, né? Khloé e Kim Kardashian, Amber Rose e Lilly Ghalichi são algumas das celebridades que apoiam a prática.

Os waist shapers são geralmente feitos de látex  e estruturados com algumas barbatanas (diferente dos corsets de tight lacing, que são de tecido e com estrutura mais rígida, pensando em uma modificação corporal mais radical). O que me chamou a atenção é que os fabricantes indicam até que se pratique exercício físicos usando o espartilho. Existe um feito especificamente com esse objetivo, fabricado em material um pouco mais leve e, às vezes, sem barbatanas.

Todo mundo que usa relata que o início é extremamente desconfortável, mas que o corpo se acostuma com o tempo e que acaba ocorrendo uma perda de peso por um motivo óbvio – and assustador – : com o estômago apertado, você consegue ingerir menos comida e acaba emagrecendo.

No final das contas trata-se da mesma prática do século XIX, em que as mulheres espremiam a cintura em um corselet apertado através de amarração. A diferença  do que se fazia no século XIX para o que se faz agora é que, antes, era uma pura e simples adaptação à moda. As mulheres não usavam corselets exclusivamente para modificar o formato de seu corpo, mas simplesmente para caber nos vestidos da época. Entretanto, era algo tão agressivo que, em 1884, foram publicados diversos artigos médicos defendendo a reforma do vestuário feminino, já que havia prejuízos à saúde da mulher (como dificuldade para respirar, desmaios e quebra de costelas). Já o atual waist training, apesar de partir do mesmo princípio, tem uma proposta mais leve (depende do juízo de cada uma também).

O objetivo não é ficar com uma cintura de 45 centímetros, nem apertar as costelas até todos os seus órgãos serem espremidos para baixo, mas conseguir uma suave melhora no fator curvas (quem não tem pode conseguir algumas). Os médicos de hoje dizem que a ideia é estúpida e que não há efeitos comprovados, além de o corpo voltar ao seu formato natural quando deixamos de usar (o tempo de uso varia entre 45 e 60 dias, que podem ser seguidos por um período de manutenção).

Já quem usa jura que os efeitos aparecem logo nos primeiros dias e que o resultado não se perde por completo mesmo quando deixam de usar o waist shaper. Prós e contras na balança, quem arrisca?