Suzy Menkes

Se tem um nome que está no topo dos mais comentados na indústria da moda esse ano é o de Suzy Menkes, já ouviram falar? Se você ama moda e ainda não sabe quem ela é, o blog conta quem é essa gigante.

Escrever sobre Suzy ou tentar defini-la não é tarefa fácil, já que estamos falando de um nome fortíssimo e extremamente reconhecido e respeitado no ramo, mas vamos lá.

Suzy Menkes nasceu no Reino Unido há 70 anos. Seu interesse por moda despertou ao assistir seu primeiro desfile couture (de Nina Ricci) durante a temporada em que estudou na Esmod, em Paris, quando adolescente. O dado mais importante e notório sobre ela é seu antigo cargo: ela escreveu por mais de 25 anos como editora de estilo para o The International Herald Tribune, a versão internacional do jornal The New York Times (publicado em Nova York e distribuído nos Estados Unidos) e que recentemente foi rebatizado simplesmente de The International New York Times.

Como a própria jornalista de moda conta, ela é muito grata pela oportunidade e espaço que o IHT deu a ela para escrever sobre moda praticamente sem restrições. Falar o que pensa é uma de suas características mais comentadas e aplaudidas e ela o faz sempre de forma polida. Mesmo assim é difícil ficar livre de interpretações erradas (como ocorreu com a repercussão sobre seu artigo “O Circo da Moda“, em que ela critica o furdunço que as semanas de moda se tornaram por conta de pessoas – como blogueiras(os) e algumas editoras de moda – que se vestem para aparecer, fazendo de sua chegada aos locais dos desfiles um “acontecimento” por si só, muitas vezes na tentativa de conseguir uma publicação em sites de street style.)

Trecho do artigo citado em que ela diz que “Há algo de ridículo no auto-engrandecimento de alguns julgadores online (tradução livre) que vão contra o mantra que me ensinaram nos meus primeiros dias como jornalista de moda: ‘Não é bom porque você gosta; você gosta porque é bom.’ ”  – Concordo e, sinceramente, não me ofendo. Blogueira ou não, vale a pena ler o artigo.

Seja para tornar essa tarefa (de falar o que pensa) menos difícil ou não, Suzy tem um lema profissional que segue há 40 anos: não aceita jabás. Cada presente recebido é doado ou retornado com um bilhete explicando “Fui levada a acreditar que uma garota não deve aceitar nada que não seja flores ou chocolate”.

Detalhes como esses e seu alto nível de profissionalismo (além do profundo domínio e conhecimento do que os negócios de moda envolvem) levaram Suzy a se tornar muito querida por designers e outras personalidades da indústria da moda. É claro que nem sempre todos interpretaram bem suas críticas enquanto escreveu para o IHT e ela já foi banida de um desfile por uma crítica anterior (embora também tenha feito comentários positivos). Rusgas à parte, o trabalho de Suzy é tão profissional e bem aceito que se tornou leitura obrigatória para qualquer pessoa que fizesse parte desse meio.

 Fotos: Reprodução.

Com tanto tempo de carreira e reconhecimento você deve estar se perguntando por que o nome dela tem sido particularmente tão comentado esse ano, certo? Suzy Menkes aceitou a proposta feita pela Condé Nast (que publica a Vogue e várias outras revistas) e se despediu do jornal onde fez seu nome para se tornar editora internacional da Vogue. Desde o anúncio da novidade, em março deste ano, Suzy têm tido bastante exposição e está alcançando diferentes públicos, já que seu cargo é direcionado à plataforma digital da Vogue.

O que significa ser editora internacional da plataforma digital da maior revista de moda? Quer dizer que a visão de Suzy sobre acontecimentos e eventos de moda, além de suas opiniões a respeito de diversas situações relacionadas, agora circularão pela internet através do site da Vogue de diversos países (incluindo o Brasil), com a devida tradução.

Muita gente questiona se a agora editora internacional vai conseguir manter seu estilo “sem papas na língua”, já que a Condé Nast tem compromissos com anunciantes – que com certeza não querem ser criticados na revista em que divulgam seus produtos. Certamente perceberemos a resposta com o tempo, mas acredito que Suzy permanecerá fiel ao seu estilo de sempre, afinal, ela sabe bem como fazer uma crítica negativa sem ser ofensiva.

Sobre ofensas e a internet a própria já comentou em sua primeira coluna para a Vogue: ela aponta que nesse mundo digital é muito fácil agredir e ser agredido com palavras por qualquer comportamento e que a velocidade com que isso ocorre é cada vez maior. O que ela classifica como “bitching” (em tradução livre, algo como “ficar reclamando”) é exatamente o que não vai haver em seus textos para a revista, diz ela.

“Suzy Menkes na Vogue vai ser anti-bitch.”

Ah, sim. Você está pensando no topete de Suzy, certo? O “pompadour”, penteado nomeado em homenagem à Madame Pompadour – amante do Rei Louis XV – é sua marca registrada. Segundo a editora, ela o adotou para evitar que os cabelos ficassem caindo no rosto enquanto escrevia.

Os textos de Suzy sempre foram uma delícia de ler e acredito que essa característica não vá se perder pela mudança de veículo. Vale muito a pena acompanhar essa nova jornada.